Recentemente descobri minha paixão por sudoku. Era inverno e resolvemos passar um final de semana, esticado em cinco dias, em Londres. Nós quatro: Sandy, Andy, Claudy e eu. Só nós quatro! Sem os maridos e sem as crianças! Tudo organizado: maridos, avós, tias e amigos a postos para compensar nossa ausência nesses cinco dias. Seria uma viagem para relaxar; badalar; visitar museus até cansar; passear na Portobello Road, na Oxford Street, no Hyde Park; jantar no restaurante do Jamie Oliver; entrar em todos os pubs que encontrássemos no nosso caminho – mesmo que só fossemos mesmo beber em alguns deles; conhecer os prédios modernos de arquitetura arrojada que invadiram Londres durante a última década; e para finalizar fazer umas comprinhas de fim de estação, aproveitando as ofertas das lojas de griffe da Kings Road ou de Knightsbridge - com exceção da Harrods, que desde o meu tempo de doutorado em Londres eu aprendi que frequentamos a Harrods como vamos a um museu. Olhamos tudo em todos os andares com admiração pela raridade, qualidade ou design. É importante também nos prepararmos para podermos evitar o espanto ao nos depararmos com os preços!
Você deve estar se perguntando “O que tem sudoku a ver com essa viagem?” Bem, vou explicar. De Graz à Londres viaja-se com muita frequência hoje em dia, desde a introdução de vôos diretos super econômicos que já conectam essas duas cidades há alguns anos. Só tem um probleminha. O vôo nos leva até o aeroporto de Stansted e por isso ainda contamos com mais uns 50 minutos de conexão até o centro da cidade de Londres, se pegarmos o ônibus – como fizemos. O que fazer numa viagem de 50 minutos de ônibus, depois de já se ter quase que esgotado o entusiasmo de conversar com as amigas e companheiras de viagem, sobre a programação do final de semana? Ler, é claro! Lá estava eu com um livro já quase aberto (ou será que era a Veja?), quando Andy me mostra seu livrinho de sudoku: - “É super fácil e vicia! Não consigo mais parar. Eu te explico…” Recebi as explicações de como funcionava o preenchimento dos quadradinhos com algarismos de 1 até 9, sem repetições em linhas e colunas. Pedi uma folhinha do livro da Andy com um sudoku nível iniciante para ser resolvido e me iniciei na arte de “sudokar”!
Confesso que no início demorei horas para conseguir resolver o preenchimento dos quadradinhos, pois – analítica do jeito que sou, ou que fui treinada para ser – queria avaliar primeiro todas as possibilidades de cada um, até me cometer a um único valor. Após a quarta ou quinta folhinha de sudoku do livrinho da Andy, já estava completamente viciada no esporte! Nem lembrava mais de como poderia ter sido minha vida sem sudoku! É lógico que comprei uma revista de sudoku só para mim, ainda durante a viagem, já pensando nos 50 minutos do caminho de volta, e também uma outra de sudoku para crianças para presentear os meninos. Tinha certeza que o Markus iria adorar! Lukas ainda nem estava na escola na época e não poderia ainda entender direito o mecanismo desse quebra-cabeças.
Hoje em dia já estou no meu quarto livrinho de sudoku, já visitei vários sites de sudoku na internet e não consigo mais viajar de avião – com ou sem conexão posterior de ônibus – sem levar o meu passa-tempo preferido. Estou até mesmo pensando em adquirir um sudoku eletrônico, daqueles bem compactos, para caber em qualquer bolsinha. No ano passado, quando estiquei uma viagem a trabalho em Cannes com o Darling e fomos até Mônaco de trem, sudokei quase que a viagem toda! Mas confesso que foi difícil resistir à bela paisagem e ao azul maravilhoso do mar da Riviera Francesa, passando pela janela do trem. Prometi a mim mesma que da próxima vez deixarei o sudoku em casa ou no fundo da mala. Tudo tem um limite! Sudoku é bom, mas a Riviera é melhor!
A propósito, a viagem à Londres foi ótima. Conseguimos fazer quase tudo que havíamos planejado. Só não fomos jantar no Jamie Oliver e nem jogamos cartas no final da noite – levei meu baralho em vão! Não nos sobrou tempo livre e obviamente, eu preferi usar uma noite para visitar os “amigos do college" e saborear mais uma vez o aconchego e a hospitalidade da casa da Francesca, com sua cozinha italiana deliciosa!
texto original escrito em 05/05/2007
5 comentários:
Fatima,
obrigado pela visita e comentario no Varal. A vantagem do SODOKU pela internet, jogando contra o relógio, é que se ouver algum erro, o jogo não se da por acabado e o tempo vai correndo. No papel muitas vezes se pensa ter acabado e há erros que não nos apercebemos! Mas o portatil, é uma boa saida!
Eu também estou viciado nesse passa tempo!
Bjs
Oi Eduardo, Você tem razão. Já experimentei alguns online também. Adoro colocar em teste a minha aritmética mental! Mas não se confunda com o nome: Sudoku é o jogo e Sodoku é uma doença (veja mais em http://en.wikipedia.org/wiki/Sodoku).
Abraços, Fatima
Que legal, Fatima. Eu não experimentei ainda a opção impressa, só a virtual e do celular, pela facilidade de achar o erro e de corrigir. Mas preciso vencer este "desafio" do lápis e borracha também..rss
Quando mostrei o sudoku do meu celular a um primo, ele não largava do meu aparelho; ele chegava a pegá-lo sem me avisar e quando ia ver a bateria...rss Aí passei um para ele baixar, e o meu celular conseguiu tirar férias dele...rss
E esse vício, como você falou, deve acontecer porque não é uma jogada previsível de um quebra-cabeça comum, mesmo com muitas peças.
Legal saber que mais gente se interessou em fazer um post do Sudoku! :D
Obrigado pela visita em meu blog.
Até...
Marcelo.
Esse vicio eu ainda não adquiri, mas já vi muitos viciados.
delicia ler seus relatos.
beijos
Oi Angela!
Cuidado, pois se tentar vai viciar com certeza!
Legal que você gostou de ler o texto completo.
Beijos!
Postar um comentário