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30 de mai. de 2010

Releitura: "A Emancipação de Mamãe!"




..."O trabalho fora de casa nunca era visto como uma realização profissional. Era considerado desnecessário, inapropriado para uma senhora de família e muitas vezes como um sinal negativo de que o marido não conseguia suprir sozinho as necessidades básicas da casa e da família. Um vexame! Comentários como: “Coitada, a fulana precisa trabalhar fora…” eram feitos entre amigos e familiares com um tom de compaixão. Outras vezes ouvia-se desculpas para aquelas mulheres que se atreviam à batalha do trabalho fora de casa, porém não se arriscavam a perder seus status de senhoras de família. Tais comentários em geral se expressavam como: “A fulana resolveu trabalhar fora. Na verdade, ela está trabalhando para se distrair. Ela estava tão entediada em casa que precisava de alguma atividade extra para ocupar seu tempo…” 

Mamãe faz parte dessa geração. Casou-se com vinte anos de idade com meu pai que, apesar de somente dois anos mais velho do que ela, como todo marido da época que se prezasse se responsabilizou sozinho pelo ganha-pão da família. Mamãe trabalhar fora? Nem pensar! Um assunto que, para sua frustação, era totalmente fora de cogitação. Desde que ficou noiva, mamãe não foi mais encorajada a continuar seus estudos. Também seus planos de trabalhar como professora foram sufocados pela perspectiva de um matrimônio próximo, oferecendo um futuro seguro, sem a necessidade de um esforço maior de sua parte. Tais planos não faziam parte da tradição familiar, nem tão pouco dos costumes da época. Afinal, preparar o enxoval já tomaria quase todo seu tempo!"...




texto original escrito em 29/05/2007

6 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom post! Oportuna essa RELEITURA!
Bom Domingo!

Elaine Gaspareto disse...

Fátima,
Este é um comentário-convite. Quero convidar você para participar de uma mega promoção que está acontecendo lá no blog: sorteio de 1 exemplar do livro Perseguição digital. Para participar basta acessar este link e preencher o formulário. É simples e bem rápido. Espero você. Beijos e obrigada por acompanhar meu blog.

Wania disse...

Liiiiiiindo texto, Fátima Cristina

É a vida sempre recomeçando... :)


Bj grande

Maria Augusta disse...

Fátima, que beleza, tua mãe nunca se acomodou nem abdicou do desejo de crescer como pessoa e continua aprendendo e indo em frente. Minha mãe parou de trabalhar fora quando casou, mas quando meu pai faleceu ainda jovem ela teve que voltar ao trabalho pois éramos cinco crianças para sustentar. Ela se saiu muito bem, mas teria sido mais fácil se ela não tivesse parado quando casou. Sabe que nos dias de hoje aqui na França já escutei : "Porque você trabalha, se teu marido tem um bom salário? Deixe o lugar para um pai de família." Acho incrível qua ainda existam mentalidades assim mesmo entre as mulheres...
Um grande beijo e uma boa semana para você.

Adriana Riess Karnal disse...

Fátima,
Vc descreveu bem o modus vivendi de uma época...minha mãe tbm viveu assim, eu não conseguiria....mas tbm não vivi naqeles tempos.mas elas eram felizes a sua maneira...
(será?)

Fatima Cristina disse...

Eduardo,
Elaine,
Wania,
Maria Augusta e
Adriana,

Obrigada pelos comentários.
Ainda bem que os tempos mudaram!!!

Beijos!

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