
Visitante
30 de jan. de 2009
Estudando se aprende, mas na dúvida... clique!

27 de jan. de 2009
Amigos

Acho que nunca vivi um único dia da minha vida pós-adolescência, sem preencher seus momentos com algum assunto ou acontecimento que não envolvesse um ou mais amigos. Quando falo “amigo”, quero dizer aquele que nunca faz algo para decepcionar você. Aquele com quem você poderá contar com sua ajuda, sempre que for necessário – e ele também com a sua, é claro. Aquele pelo qual você encara pela segunda vez uma fila enorme na caixa do supermercado, após já ter pago pelas suas próprias compras, pois ele/ela liga para você no telefone celular dizendo: - Que bom que você ainda está no supermercado! Eu preciso que você compre um litro de leite para mim. Já comecei a fazer um bolo e só agora percebi que o leite acabou! - É lógico que você não vai revelar que na verdade você está atrasada para um compromisso, já passou pelo caixa e já se encontra no estacionamento… Afinal, é um pedido do seu amigo!
Encontrar os velhos amigos é sempre uma alegria. É ótimo estar com eles e também relembrar alguns momentos do passado que nos marcou. Como, por exemplo, aquela festa junina na vila onde morava a Nádia, as visitas às cartomantes com a Mary Helen, a festa “Cafona I” que organizamos lá em casa, e que deixou muita gente até hoje esperando pela “Cafona II”, os churrascos de final de ano da turma da universidade, as festas no apartamento de Elm Park Gardens, entre outros...
Ao lembrar de meus amigos, tenho gosto de guaraná na boca misturado com chopp e cuba-libre, um sorriso formado nos lábios e alegria no coração. Parece patético, mas acredite, é verdadeiro. Sou uma amiga de carteirinha. Não posso mencionar aqui todas as passagens ocorridas com cada um de meus amigos, mas com certeza as tenho guardadas em minha memória com todo carinho, como um de meus maiores tesouros. “Melhor ainda que recordar, é viver”! E neste caso, nada melhor do que rever e reviver os amigos. Os amigos de infância, amigos do bairro, amigos da família, amigos americanos, amigos da universidade, amigos do trabalho, amigos do mestrado, amigos do doutorado, amigos do Rio, amigos de Londres, amigos de Graz, amigos dos irmãos, amigos do marido, amiguinhos dos filhos, amigos dos amigos… Enfim, toda essa cadeia maravilhosa de pessoas que fazem parte da minha vida! Hoje, é a todos vocês "amigos" que dedico este texto! Cheers!
24 de jan. de 2009
A Emancipação de Mamãe

- Você não me explicou nada direito sobre o que eu tinha de fazer lá no banco! – dizia ela ofegante.
- Como? Eu não falei que voce tinha de levar os documentos e falar com a mocinha da gerência para abrir a conta? – respondi sem entender o que havia acontecido.
- E o código? Porque voce não me avisou sobre o código???

20 de jan. de 2009
Reclamo, logo existo

Existe coisa mais chata do que aquele seu conhecido, amigo ou parente, que anda sempre com postura ou olhar cabisbaixo, trazendo consigo uma nuvem cinzenta ameaçando chuva somente sobre a sua cabeça?
Deus me livre se algum dia eu também me contaminar por essa atitude ou – será que podemos chamar de – estilo de vida! Só o trabalho deste indivíduo é frustrante e estressante. Ninguém mais, no mundo inteiro, está mais cansado do que ele. Sua rotina familiar é a mais exigente de todas. O tempo sempre joga contra: muito abafado; muito calor; muito frio; muito vento; muita chuva; muita neve… Que coisa mais desagradável!
De acordo com um seminário de comunicação que fiz há algum tempo atrás, aprendi que podemos elevar o nosso humor, e talvez os dos outros a nossa volta, simplesmente revertendo a maneira que comentamos os fatos do nosso dia-a-dia. Porque será que somente lembramos e comentamos sobre os fatos negativos e nunca dos vários outros positivos que nos acontecem? Talvez seja pela mesma teoria das manchetes dos jornais: a tragédia vende mais, chama mais atenção! Acabo de me lembrar do que ocorreu outro dia com uma amiga que é comissária de bordo. Ela fazia um vôo europeu de rotina e ao servir o lanche, um passageiro que segundo ela viria de Montenegro, lhe falou:
- Da senhora eu não aceito nada para comer!
- Como, senhor? – peguntou ela.
- A senhora já se olhou no espelho? Já realizou o quão feia a senhora é? You are very ugly!
Aahhh! Por essa ninguém espera, não? Minha amiga ficou estupefada. Porém, logo se refez do susto e com toda a diplomacia que seu treino profissional e seus bons anos de experiência na área lhe deram, disse a ele:
- Como preferir, senhor. O senhor se quiser pode escolher qualquer outra pessoa de nossa tripulação para serví-lo. Entretanto, o serviço de bordo se encerra em vinte minutos. Faça uma boa viagem!
Para falar a verdade esta minha amiga aeromoça é uma mulher esbelta, elegante e bem bonitinha. Nenhuma beleza fora do normal, mas eu estaria longe de dizer que ela fosse “very ugly”! Padrão de beleza é mesmo um fator muito regional. Fiquei curiosa em conhecer mulheres da República do Montenegro para tentar compreender o que aquele passageiro entenderia sobre feiura… Com certeza ele é um desses que acorda pronto para reclamar da vida e sempre enxerga aquela pontinha de nuvem escura que se esconde num céu ensolarado e lindo. Enfim, um chato! Cruz credo!
Voltando ao seminário de comunicação, eu não quero parecer profetiza das técnicas de auto-ajuda, mas essa estória de mudar o jeito de comentar os fatos até que me ajudou bastante no diálogo familiar. Em vez de reclamar com as crianças dizendo: - Droga! Porque que esses sapatos estão aqui largados no meio do caminho? – pergunta que não necessáriamente induz à solução do problema – eu resolvi usar as técnicas aprendidas no seminário de comunicação e tentar expressar o quanto melhor eu me sentiria se, por exemplo, os sapatos fossem colocados no lugar certo. Então, mudei o tom de voz e o comentário para:
- Meninos, a mamãe vai ficar muito feliz, se vocês colocarem os sapatos que deixaram largados aqui no caminho, no seus devidos lugares.
Ou por exemplo, em vez de: - Darling, quando é que finalmente você vai consertar a gaveta do armário do quarto? Passei a perguntar: - O que é que eu posso fazer para lhe ajudar a consertar a gaveta do armário do quarto? Eu sinto muita falta dela em funcionamento…
Não é que deu certo! Os meninos adoraram poder me fazer feliz com tão pouco. A gaveta também foi consertada! Simples, não? Salve o seminário de comunicação! Acredito que todos os reclamões da vida deveriam assistir um ou vários seminários desse tipo, para entenderem que reclamações constantes não resolvem nada. Na maioria da vezes, só servem para entediar e afastar os outros!
Minhas experiências no 456

Eu até já havia me acostumado a viajar em pé, pois estava sempre atrasada pela manhã e não podia me dar o direito de esperar pelo próximo ônibus. Tinha desenvolvido uma técnica especial para me equilibrar melhor, com meus livros e apostilas e mais a bolsa a tiracolo de um lado, e do outro lado o braço ao alto segurando a barra de ferro do teto, enquanto o motorista entrava com toda vontade na curva súbita da saída do túnel e em todas as outras também. Era uma rotina desconfortável e por muitas vezes previsível. Se eu sempre tomasse o ônibus no mesmo horário de manhã, já conhecia os companheiros de viagem. Apesar de não conversar diretamente com eles, era impossível não ouví-los conversando em voz alta entre eles, em grupos, que não necessáriamente sentavam na mesma fileira. Já sabia seus nomes, onde trabalhavam, o que faziam, se tinham filhos e quantos eram. A cada dia eu ampliava em silêncio o meu banco de conhecimento sobre aquela comunidade de organização informal, como se assistisse capítulos de uma novela de segunda à sexta-feira. Quando um deles faltava, os outros companheiros de viagem chegavam a se preocupar com o fato, e passavam boa parte da viagem conjecturando hipóteses e justificativas para o ausente faltar ou chegar atrasado no trabalho: “Com certeza o seu filhinho adoeceu… ou será que foi a sogra que finalmente capotou?”
Eu gostava de prestar atenção no comportamento daquelas pessoas que, assim como eu, eram viajantes assíduas do 456. Elas, porém, não se reservavam como eu a pensamentos e leituras. Pelo contrário, elas usavam aquele tempo para se comunicar, fazer amizades, trocar informações úteis, comentar a novela ou o futebol do dia anterior. Enfim, se socializavam com um tom puro e inocente, se entregando ao prazer de uma conversa relaxante e desinteressada, com a certeza de que em poucos minutos estariam em pontos diferentes da cidade, cada um desempenhando suas atividades sem a participação ativa do outro. Por isso, nunca consegui saber na verdade, o quanto de real se encontrava nos casos contados por eles em voz alta dentro do 456. Uma mentirinha ali não causaria problemas. Ninguém teria o intuito de verificar. Era só mesmo um bate-papo informal de viagem, sem maiores consequências.
Uma vez voltando da universidade para casa no final da tarde, entrei no 456, para variar, super lotado. Como quase sempre acontecia, fiquei imprensada no meio de vários outros passageiros que viajavam em pé no corredor com meus joelhos encostando na lateral de um senhor que sentava no banco à minha frente. O senhor parecia voltar de um dia exaustivo de trabalho. Me olhou com um ar solidário, sorriu e se ofereceu delicadamente para segurar os meus cadernos. Eu agradeci e lhe passei os três cadernos espirais, formato A4, que carregava. Tive então ambas as mãos livres e pude me segurar melhor nas barras dos bancos. O caminho era longo, mas não demorou muito para o senhor que segurava os meus cadernos em seu colo começar a cochilar. Em cada curva sua cabeça balançava de um lado para outro e às vezes tendia para frente, com quedas rápidas provocando um relaxamento no seu pescoço. Dava para se perceber que seu sono ficava cada vez mais profundo. Ele parou de acordar suprêso com os solavancos abruptos que o motorista gostava de dar ao longo do percurso. Eu também percebi ele havia parado de roncar. Foi então que sua boca se abriu e com a língua encaixada na parte inferior de sua dentadura, ele acumulava saliva de um canto a outro, dependendo de para onde a curva do ônibus o levava. Comecei a me preocupar com o que via. Um overflow de saliva acabaria aterrisando nos meus cadernos e se infiltrando em suas folhas. Ai que nojo, só de pensar! Notei que a saliva se concentrava cada vez mais e em maior quantidade. Além disso ela começava a querer pingar boca à fora! Ó, Deus! O que temia estava prestes a acontecer! A sua baba começou aos poucos a se pendurar no seu beiço, como uma minhoquinha gosmenta que fazia movimentos de vai-e-vem na direção vertical, com os meus cadernos servindo de pontaria. À esta altura dos acontecimentos, não era só eu que observava o que ocorria à minha frente, mas também todos os passageiros ao meu redor naquele corredor que mais parecia uma lata de sardinhas. Uma moça com aparência de secretária executiva, também acompanhava de perto aquele episódio. Ela sentava no lugar da janela, no mesmo banco do senhor generoso e babão. Sempre quando um solavanco mais forte acontecia, trocávamos olhares preocupados que expressavam sempre a mesma coisa: “agora vai cair!” O pessoal do corredor dava risadinhas maldosas e faziam piadas com aquela situação. Se não fossem pelos meus cadernos estarem prestes à se refastelarem com uma avalanche de baba alheia, eu até também acharia engraçada toda aquela cena. Mas, confesso que neste ponto eu estava começando a sentir náuseas.
O ônibus entrou na 24 de Maio. Não iria demorar muito e chegaria no seu ponto final. Não via a hora disso acontecer! Entretanto, um acontecimento inesperado me salvou, ou melhor, salvou os meus cadernos. Com uma freiada forte e de supetão, o motorista parou o ônibus para um rapaz acabar de atravessar a rua – fora do sinal, é claro. Isto foi o bastante para o senhor despertar de seu sono profundo, engolindo de uma só vez toda a sua baba num ronco que ecoou bem alto. Alto o suficiente para todos da “platéia” notarem que aquele havia sido o final da situação grotesca, que se deu no percurso de Botafogo ao Engenho Novo. Que alívio! Meu sofrimento havia chegado ao fim. A partir daquele dia, comecei a usar mochila para viajar no 456.
Às vezes me pergunto se aquelas pessoas que viajavam comigo no 456 já se aposentaram, ou continuam se encontrando diariamente como faziam antes. Se eu projetar aquela rotina para os dias atuais, eu diria que provavelmente hoje cada uma daquelas pessoas viajam com seus telefones celulares nos ouvidos, conversando durante toda a viagem com outros que não se encontram no 456!
texto original escrito em 07/05/2007
18 de jan. de 2009
A dindinha vai se casar

Meninos! Acabei de falar com a vovó no telefone e tenho duas novidades para contar para vocês. Falei eu entusiasmada. Afinal, não é todo dia que desligamos o telefone tendo novidades para contar. Em geral, a conversa com a mamãe é quase sempre rotineira: reclamamos da falta de tempo para fazermos tudo que planejamos; passamos em pauta a situação de saúde de todos da família; conto a ela as últimas que os meninos aprontaram na escola, no treino de futebol, ou no curso de português; comentamos sobre alguém da família ou de nosso círculo de amizade que tenha nos contatado ou visitado; e para finalizar fazemos planos do que fazer juntas da próxima vez que nos reencontrarmos. Pois então, o entusiasmo se explicava pelo fato de ter novidades para contar para as crianças. E que novidades!
O que é mãe? Fala logo! – Markus parecia já bem curioso. Ok! A primeira novidade é que a Floquinha e o Branquinho vão ter bebês!
Como assim mãe? – pergunta Lukas. ao desprender os olhos do desenho animado que passava na televisão, também já curioso com o assunto.
Bem, a vovó falou que eles estão dentro do puleirinho da gaiola já há vários dias, chocando os ovinhos que a Floquinha colocou. Eles só saem de lá para pegar comida e tomar banho, sempre um de cada vez. Mesmo antes que eles perguntassem, percibi o ar de dúvida e expliquei o que “chocar os ovos” queria dizer. Quase sempre eu superestimo o conhecimento de vocabulário em português dos dois.
E quando eles vão nascer? – A vovó leu na internet que vai demorar uns trinta dias para os passarinhos bebêzinhos nascerem. Legal, não? – Eles concordaram e começaram a imaginar a hora de estarem no Rio com a vovó de férias, para conhecerem os novos habitantes da gaiola e ajudarem a alimentá-los. Branquinho e Floquinha moravam num viveiro de uns três metros de largura construído numa parede do quintal da casa do meu irmão, até o dia em que fomos lá visitá-los. Os meninos se apaixonaram por todos os passarinhos. Eram mais de dez, de várias côres, espécies e tamanhos diferentes. Voavam e cantavam sem parar. Tio Wag resolveu então presentear seus sobrinhos com alguns passarinhos. Mamãe apavorou-se com a idéia, pois no fundo sabia que os passarinhos ficariam em seu apartamento, mesmo depois que voltássemos para casa quando as férias acabassem. Ela tinha certeza que não teria coragem de devolvê-los. “Só podemos levar no máximo dois! Vou colocá-los na área de serviço e lá já temos o tanque, a máquina de lavar, a mesinha, a lata de lixo, o varal… enfim, só sobra espaço para uma gaiolinha”, disse ela já super ansiosa com a situação. Bem, melhor do que nada, pensaram os meninos, escolhendo já mais do que depressa os passarinhos que iriam ganhar. Escolheram um macho de côr branca e uma fêmea rajada em tons de banco, cinza, marrom e preto. Isto explica então os nomes: Branquinho e Floquinha. Eu assumo que Floquinha foi uma adaptação dada por eles da palavra “Fleck”, que em alemão significa mancha. Mas não posso garantir, pois nunca me certifiquei com eles sobre isso. Achei os nomes bem bonitinhos e combinando com os novos moradores do apartamento da vovó.
Mãe, você disse que eram duas novidades. Qual é a segunda? – pergunta Markus, analíticamente como um bom neto de professor de matemática.
Ah hah!… A outra novidade é que a dindinha Dê vai se casar!
De verdade? - perguntou Lukas surpreso – Com o Fantoja? - Não adiantava que ele não conseguia falar o nome dele direito! Eu tinha sempre que corrigir! – Sim, lógico que com ele! Com quem mais poderia ser? Legal, né? – Hum hum! – confirmaram – Vai ter festa? – na verdade esta também tinha sido a minha pergunta à mamãe, quando fiquei sabendo do casamento - Por hora não, eles vão se casar no cartório, quero dizer só no documento, e depois quando nós estivermos lá de férias no verão comemoramos todos juntos!
Dê é minha irmã do meio. Seu então futuro marido é amigo nosso já há vários anos. Trabalhamos todos juntos no instituto de onde saí para estudar fora. Todos dois já passaram por longos primeiros casamentos. Não são mais marinheiros de primeira viagem. Eu só fiquei sabendo que eles estavam namorando muito tempo depois que todos, ou quase todos, os nossos amigos em comum já sabiam. Acredito que, crítica da maneira que ela é, a Dê pensou que eu poderia talvez criticá-la (?!?) pelo fato de ter se apaixonado por um de nossos amigos de trabalho. Pudera!
Lógico que fiquei um pouquinho chateada, por não ter sido a primeira a saber do namoro. Mas, por outro lado, minha irmã me conhece bem e sabia que eu não conseguiria ficar de boca calada. Mamãe seria informada a respeito no momento seguinte, obviamente sob promessas de não comentar com ninguém! Na verdade, acho que minha irmã nunca me perdoou pelo fato de tê-la caguetado uma vez, ainda quando éramos adolescentes. Cheguei em casa do curso de inglês e contei para mamãe que havia visto a Dê com um cigarro aceso na mão, dentro do banheiro do curso. Foi verdade. Não menti. Mas, lógico que a versão dela foi outra: “Mãe, eu estava segurando o cigarro da minha amiga enquanto ela entrou para fazer xixi!” A questão nunca foi esclarecida até o final. A dúvida ainda deve existir até hoje para mamãe, só que agora com outros valores e sem mais o teor de responsabilidade de antes. De qualquer forma, o fato foi que naquele dia eu perdi a oportunidade de ser sua cúmplice – talvez porque não estivesse interessada na época em dar uma tragadinha – e a traí… Por isso eu compreendi a sua decisão e não reclamei.
Confesso ter sido desconcertante para mim, chegar ao Rio uma vez de férias e de repente ter que tratá-lo como o novo parceiro de minha irmã. Afinal ele era o amigo dos cafézinhos de depois do expediente, naquele botequim da esquina da Tijuca, onde sempre ficávamos por meia hora ou mais para continuarmos os assuntos sobre trabalho: hierarquia, burocracia, projetos, desempenhos, novidades (para não dizer fofocas), etc. E também sobre todo o resto que incluia desde problemas familiares até decisões importantes, como a escolha da universidade no exterior, ou coisas mais banais como a compra de um sapato novo. Agora aquele que também havia sido meu co-orientador de tese de mestrado, passaria a ser meu cunhado. That’s life! Isto me faz lembrar o caso de uma amiga italiana, que apesar de eu de modo algum compartilhar com ela do mesmo sentimento negativo de seu caso, este me ocorreu agora. A minha amiga cursava o colegial e detestava o inspetor de sua escola. Não só ela, como seus muitos irmãos também. Um belo dia, sua mãe – já viúva há vários anos – chega em casa acompanhada e diz: “Crianças, eu quero apresentar a vocês o meu namorado, que a partir de hoje vai morar também aqui em nossa casa…” Advinhem quem era… Ele mesmo: o abominável inspetor da escola!
Mas para quê que eles vão se casar? Eles poderiam simplesmente fazer uma festa, morar juntos e evitar todas as complicações burocráticas! Falei ao telefone com a mamãe naquele dia. Ela, por sua vez também não sabia explicar – Você sabe como ele é! Todo certinho e formal. Quer fazer tudo como manda o figurino. Imagine só que sua irmã disse a ele aqui em casa, que está em fase de provas no doutorado e se o cartório marcar o casamento para uma quarta-feira, ela talvez não possa ir…. Demos uma boa gargalhada juntas dos dois lados do telefone e concordamos: Só poderia ser a Dê mesmo!
Eu já me preparava para continuar planejando a festa que organizaríamos no Rio para todos os nossos amigos, super animada com a idéia (férias, casamento, festa, amigos: que máximo!), quando fui interrompida pelo Markus: “Temos de pensar em novos nomes para os passarinhos bebês!” Foi então que percebi que para um menino de sua idade, o fato de ganhar novos passarinhos era muito mais interessante e importante do que um casamento na família… Acho que consigo entendê-lo. Talvez se ele fosse menina, se animasse mais com a ideia de comemorar o casamento da dinda.
Quanto aos passarinhos bebês, eles já saíram do ninho. São cinco ao todo e têm cores variando entre branco neve e marrom rajado com preto. Os nomes escolhidos foram: João, José, Morena, Malhadinho e Fred.
Sobre a explicação para o casamento oficial de minha irmã, tudo ficou muito claro para mim quando falei com o casal de pombinhos por skype no outro dia. Estavam radiantes, felicíssimos com a decisão tomada. Riam a toa. Só pode ser amor! Fico muito feliz por eles! Estou torcendo para que o cartório não marque o casamento numa quarta-feira…
texto original escrito em 06/05/2007
Sudoku

Alemão? Ah, essa não!

O que fazer, Darling? Todo mundo quer falar comigo em inglês. E é claro que eu também prefiro… - No trabalho? Nem pensar que eu vou falar alemão com os colegas de trabalho! Pelo menos, não enquanto eu não puder dominar completamente a língua…


O livro que escrevi

Mãe eu já sei falar português! Não preciso ir toda semana às aulas…, diz Markus.
Markinhus, o negócio não funciona assim! Você e seu irmão ainda têm muitas coisas novas para aprenderem. É claro que vocês já falam um português bem legal, eu sei…, mas seria bom vocês também lerem bem e mais importante ainda escreverem sem erros! A vovó ficará super feliz quando receber uma cartinha escrita por vocês sózinhos, sem a mamãe ter corrigido nenhuma palavrinha!
17 de jan. de 2009
Autoanálise

As novidades me atraem.
O trabalho me ocupa.
A pesquisa me desafia.
As tarefas me reciclam.
As dificuldades me irritam.
As ideias me invadem.
Os pensamentos me atropelam.
As ações me fogem.
A frustração me rodeia.
A confiança me ampara.
A sociedade me cobra.
A caridade me dignifica.
A leitura me alimenta.
A escrita me diverte.
A pintura me realiza.
A família me completa.
A distância me sufoca.
A tecnologia me consola.
A comunicação me ajuda.
A rotina me salva.
O tempo me marca.
A idade me trai.
A experiência me acompanha.
A sinceridade me equilibra.
A objetividade me guia.
As lembranças me comovem.
Os amigos me faltam.
A casa me acolhe.
Os filhos me emocionam.
O amor me supera.
texto original escrito em 07/08/2008
14 de jan. de 2009
Brasileira é "Cientista do Ano" na Áustria

A pesquisadora reside na Áustria há 18 anos. Ela é chefe do Laboratório de Diagnóstico e Terapia de Alergias da Universidade de Salzburg.
A foto acima foi retirada da página da APA, onde a "Cientista do Ano" é entrevistada.
Uma pesquisadora sendo premiada! Uma brasileira mostrando seu valor no exterior! Parabéns Dr. Ferreira! Obrigada pelo exemplo de dedicação e competência! Que orgulho! E ainda por cima, com o nome de Fatima!
9 de jan. de 2009
Geleia de Pera

Algumas dicas:
"MANUAL DA NOVA ORTOGRAFIA", edição especial da Revista Nova Escola, em co-edição com Ed. Ática, Ed. Scipione e Fund. Roberto Civita.
"GUIA PRÁTICO DA NOVA ORTOGRAFIA", (Michaelis) por Douglas Tufano, editado pela Ed. Melhoramentos.
"REFORMA ORTOGRÁFICA", slide-show do portal globo.com.
"GUIA RÁPIDO DO G1 SOBRE O ACORDO ORTOGRÁFICO". Guia em pdf disponível no portal g1.com.br.
"INFOGRÁFICO DO ACORDO ORTOGRÁFICO", disponível no portal IG Educação.